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METAS 2010

- Estudar e ser aprovado no vestibular para Química/Física, na Unicamp;
- Adquirir conhecimentos em nível intermediário na língua inglesa;
- Ser aprovado, adquirindo conhecimento, nos dois semestres no Etep;
- Ler, no mínimo, seis livros (literatura, filosofia...);
- Sanar minhas dívidas até Junho e á partir de Julho guardar pelo menos 10% do meu salário em conta poupança;
- Praticar exercícios regularmente;
- Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas;
- Extinguir os gastos desnecessários;
- Tentar começar a comer legumes, verduras e mais frutas;
- Reformar minha casa;
- Me esforçar para adquirir conhecimentos sobre a área Fiscal, visando uma futura promoção, ou nova oportunidade de emprego;
- ME ESFORÇAR PARA A CADA DIA SER UM MELHOR FILHO E MELHOR NAMORADO!


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Um manual de instruções para a vida.

Nos últimos dias tenho preparado vários textos que dentro de uma ou no máximo duas semanas começarei a postar por aqui. Em meio às pesquisas que tenho feito, em outros blogs, encontrei um vídeo no blog do Alexandre Montagna que expressa de forma excelente o pensamento pluralista que tenho aprendido a apreciar.
(O video está em inglês, mas basta ativar a legenda, na seta apontando para o topo, no canto inferior esquerdo da tela do youtube)


Esse vídeo, que trata da questão do proselitismo e exclusivismo religioso, expressa como tenho pensado, e posso dizer que o mesmo é um prelúdio para os textos que serão postados por aqui nos próximos dias. Espero que possamos começar a pensar fora da caixa, que nos foi imposta com limites de pensamento. Espero, sinceramente, que possamos reconhecer que não existe um único manual, e que ninguém é detentor das formas corretas de se viver.

Anderson L. Santos Costa

Fonte: http://alexandremontagna.com/blog/arquivo/melhor-video-sobre-proselitismo-instruction-manual-for-life-espetacular/

Roubará o homem a Deus? (2ª Parte)

Na primeira postagem sobre o dízimo, fiz uma breve exposição sobre qual a primeira ocorrência do dízimo na bíblia. Foi mostrado como as primeiras ocorrências do ato de se pagar o dízimo não passaram de questões culturais, ou de votos individuais com Deus, não podendo assim se utilizar os casos de Abraão e Jacó de forma a dar ao dízimo uma obrigatoriedade legal. Portanto, vamos então a próxima pergunta:

Quando o dízimo passou a ser obrigatório? Como era o dízimo e para que era utilizado?



Seguindo pela cronologia bíblica, notamos que a obrigatoriedade do dízimo foi instituída juntamente com a lei de Moisés. Vemos na lei que existiam no mínimo três tipos de dízimo:

Um dízimo do produto da terra para sustentar os levitas, que não tinham herança em Canaã:

“Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR.” Levitico 27:30-32

“Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.” Números 18:24


Um utilizado para patrocinar festas religiosas em Jerusalém. Se o produto pesasse muito para ser levado a Jerusalém, poderia ser convertido em dinheiro:

“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.” Deuteronômio 14:22-27

Um dízimo do produto da terra arrecadado a cada três anos para os levitas locais, órfãos, estrangeiros e viúvas:

“Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem.” Deuteronômio 14:28-29

Concordo com Frank Viola quando ele afirma que o dízimo como instituído pela lei, foi uma espécie de imposto de renda. Afinal, notamos que além do dízimo comum existia também um dízimo que era pago a cada três anos. Dessa forma os israelitas não pagavam apenas 10%, e sim 23,3% pois se fizermos uma proporção anual juntando os dízimos anuais mais os dízimos pagos a cada três anos, chegamos a 23,3% ao ano. Cito ainda Frank Viola em seu livro “Cristianismo Pagão”, no qual ele faz um claro paralelo entre os dízimos instituídos pela lei e o sistema tributário moderno:

“Pode-se traçar um claro paralelo entre o sistema do dízimo de Israel e o sistema moderno de tributação no Brasil. Israel era obrigado a sustentar seus funcionários públicos (sacerdotes), feriados (festivais), e pobres (estrangeiros, viúvas e órfãos) com seus dízimos anuais. A maioria dos modernos sistemas de tributação serve ao mesmo propósito.”

Apenas pelos textos já expostos temos também outra resposta às perguntas iniciais. O dízimo segundo a lei sempre foram alimentos! Mesmo no caso de dificuldade para se levar os dízimos até Jerusalém, o permitido era que se vendessem os mesmo, e ao chegar a Jerusalém o dinheiro fosse revertido na compra dos alimentos necessários para a festa dos dízimos.

Tendo essas primeiras parciais com relação ao dízimo, algumas perguntas já podem, e devem ser feitas a nós mesmos:

Hoje os dízimos nas igrejas são pagos em proporção de 23,3% ao ano?
Parte dos dízimos pagos são utilizados para sustentar os funcionários da igreja, sejam eles pastores, diáconos, zeladores, músicos, faxineiros, etc.?
Parte dos dízimos pagos são utilizados para patrocinar algum tipo de festa religiosa de gratidão a Deus pelos rendimentos adquiridos?
Parte dos dízimos pagos são utilizados para ajudar os pobres?

Analise a igreja na qual você paga seus dízimos, e se as quatro perguntas acima obtiveram não como resposta você já sabe que não é da bíblia que a igreja tira sua base para a prática do dízimo.

Na próxima postagem concluiremos demonstrando qual a aplicação do dízimo aos cristãos.

Anderson L. Santos Costa

Criação humana ou criação divina?

Seriam os homens uma criação divina, ou seriam os deuses uma criação humana?

Em todas as religiões notamos que independente de suas variações os deuses possuem um desejo frenético de receber adoração de suas criações. O deus cristão é tão fissurado pelo sentimento de ser adorado, que em seu céu todos os seus escolhidos viverão somente para adorá-lo.

Vemos no deus hebreu, uma figura inclemente que não suporta ter "sua glória" dividida com ninguém. Ao ver pessoas adorando o nada(já que o mesmo afirma que somente ele é deus e os outros são obras de mãos humanas), ele não se contém e utiliza de todas as formas possíveis para matar os povos que adoram outros deuses, fazendo com que seu "povo escolhido" cometa todo tipo de chacina e execução, de bebês a anciãos das nações pagãs, que adoram outros deuses.

O deus islâmico declarou “guerra santa” a todas as nações que não o servem. Talvez esse seja o deus que comumente mais se crítica devido a sua forma autoritária de exigir adoração a si, e de querer o fim de seus inimigos. Porém, esquece-se que grande parte da culpa de tal guerra é dos “cristãos” que durante as cruzadas desejaram “converter” os muçulmanos ao cristianismo através de força e autoritarismo. Digamos que a diferença é que os seguidores de Alá praticam hoje o que os seguidores de Jesus e de Javé praticaram no passado.

Os deuses determinam que a justiça está ligada aos que os adoram. Quem não adora a seu criador é injusto, independente do que faça. Se você não adora o deus criador, suas obras, para ele, tornam-se trapos.

Estive então refletindo nos últimos dias. O desejo de ser adorado é uma característica humana ou divina?

Sabemos que não importa como, gostamos de ser elogiados, cortejados e termos nossos egos massageados. Nada é melhor do que notar que alguém nos admira, ainda que isso seja comparado ao que entendemos por adoração. Podemos ver isso no famoso personagem bíblico Daniel. Futuramente Daniel se negaria a deixar de se prostrar a Javé, reconhecendo o mesmo como seu Deus, porém quando o rei Nabucodonosor prostrou-se para adorá-lo, o mesmo não fez qualquer ressalva, recebendo assim a adoração do rei de bom agrado:

“Então o rei Nabucodonosor caiu sobre a sua face, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblação e perfumes suaves.” Daniel 2:46

Não vejo esse fato como motivo para considerar Daniel como injusto, ou como adorador de deuses estranhos. Antes percebo como o desejo de ser adorado, ainda que errado, é uma característica humana.

Os grandes lideres, sejam militares, religiosos ou políticos possuem tremenda sede pelo poder justamente pelo desejo de se sentirem como deuses, que são aclamados e adorados por todos os que os admiram. Vemos o profeta Ezequiel reprimindo esse desejo no príncipe de Tiro:

“Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto o teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus;” Ezequiel 28:2

Portanto duas possibilidades habitam meus pensamentos:

Se o desejo de ser adorado é uma herança que o homem recebeu de seu criador, então o homem que deseja ser tratado como deus, sendo adorado e servido, não está pecando, mas sim sendo igual a seu criador.

Ou então,

Se o desejo de ser adorado é uma característica do egoísmo humano, os deuses, incluindo o cristão, possuem centralizados em seu ser uma característica humana, e isso é um enorme indício de que John Shelby Spong está correto ao afirmar que “a definição teística de Deus é criação humana”.

Portanto, seriam os homens uma criação divina ou seriam os deuses uma criação humana?

Essa é uma pergunta que assombra a muitos, mas que desejo começar a tratar. Afinal, não se pode fazer theóslogia sem tratar das questões que envolvem o caráter do Deus que conhecemos.

Anderson L. Santos Costa

Roubará o homem a Deus?

Qual cristão não conhece as palavras acima não é? Durante alguns anos de minha infância o versículo que traz esta frase foi um dos que eu mais escutava durante os cultos de uma certa denominação que frequentei quando criança. É claro que ele vinha acompanhado com a promessa da benção como vemos nos versículos seguintes
"Trazei todos os dízimos a casa do tesouro, para que nela haja mantimento, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas dos céus e derramar bênçãos sem medidas".

Eu não sou muito bom para decorar versículos. Costumo ter os textos em minha cabeça por inteiro, pois é a forma que os visualizo. Então, para mim é algo maravilhoso decorar três versículos, pois acreditem, transcrevi esses três versículos, do terceiro capítulo do livro do profeta Malaquias, de cabeça! Mas ao mesmo tempo em que é maravilhoso se torna nauseante imaginar que praticamente o único texto que decorei, é um dos textos que supostamente apóiam a idéia de que o dízimo possui uma obrigatoriedade legal para Deus, e que nos permite barganhar com o Altíssimo.

Passaremos então a discutir sobre um dos grandes ídolos do cristianismo. O dízimo! As questões abaixo serão respondidas em 4 postagens, de forma que possamos ter uma melhor compreensão sobre o dízimo em relação as doutrinas cristãs.

Qual a primeira ocorrência do dízimo na bíblia?
Quando o dízimo passou a ser obrigatório?
Como era o dízimo? Para que era utilizado?
Quem estava autorizado a recebê-lo?
É o dízimo uma obrigatoriedade ao cristão?
Como o cristianismo deve encarar o dízimo?
Após termos todas estas perguntas respondidas, poderemos fazer uma interpretação muito mais sincera de Malaquias 3:8-10. Comecemos então.

Qual a primeira ocorrência do dízimo na bíblia?
Encontramos a primeira referência bíblica sobre o dízimo em Genesis 14:18-20:

“Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.”

O contexto precedente deste texto se trata de uma batalha histórica entre 8 grandes reinos, tendo sido os mesmos divididos em 2 grupos de quatro reis: Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim batalharam contra Bera, rei de Sodoma, Birsa, rei de Gomorra, Sinabe, rei de Admá, Semeber, rei de Zeboim, e contra o rei de Bela. Como veremos nos versículos de 12 a 14, Ló o sobrinho de Abraão foi feito prisioneiro de guerra, sendo esse o motivo que levou Abraão a participar do combate.

“Apossaram-se também de Ló, filho do irmão de Abrão, que morava em Sodoma, e dos seus bens e partiram. Porém veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; este habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, os quais eram aliados de Abrão. Ouvindo Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã.”

Abraão então consegue resgatar Ló e seus bens, e retorna:

“E, repartidos contra eles de noite, ele e os seus homens, feriu-os e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. Trouxe de novo todos os bens, e também a Ló, seu sobrinho, os bens dele, e ainda as mulheres, e o povo. Após voltar Abrão de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no vale de Savé, que é o vale do Rei” 15-17

Chegamos então ao texto no qual Abraão dá o dízimo de tudo a Melquisedeque. Pelo contexto que precedeu os versículos 18-20 claramente entendemos que o dízimo de tudo, dado por Abraão, se referia aos despojos de guerra. Abraão deu o dízimo do que foi conquistado na guerra, não segundo uma ordem divina, e sim segundo a tradição cultural da região em que vivia. Podemos entender melhor isso pelos versículo seguintes:

“Então, disse o rei de Sodoma a Abrão: Dá-me as pessoas, e os bens ficarão contigo. Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e juro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;” 21-23
O Ph.D. Russell Earl Kelly, em seu livro “Tem a Igreja a Obrigação de Ensinar a Dizimar?”, esclarece que o versículo 21 trata-se de uma tradição Árabe pagã, na qual os despojos de guerra, deveriam ser repartidos ficando as pessoas conquistadas com o Rei, e os bens conquistados com aquele que os conquistara. Abraão não querendo ficar com nada que fora conquistado na guerra, dá então os 90% que sobraram dos despojos da guerra para o rei de Sodoma.
Do exemplo de Abraão então, nada podemos tirar, pois vemos que o mesmo apenas estava seguindo a tradições culturais de sua época, e não cumprindo mandamentos de Deus. Do contrário teríamos que pensar que, se Abraão dizimou segundo ordem divina, então devemos dar 10% para Deus e os outros 90% para algum rei pagão!
A outra referência sobre o dízimo que encontraremos antes da lei, é com relação ao voto feito por Jacó:
“Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o SENHOR será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo.” Genesis 28:20-22
Jacó está aqui, de livre vontade, fazendo um voto com Deus. Sem lei, sem obrigação, sem tradição. Apenas clamando a provisão divina, e prometendo ser fiel, retribuindo a Deus caso o mesmo o abençoe.
São essas então as duas primeiras e únicas referências ao dízimo antes da Lei. Por elas podemos constatar que o dízimo não era uma obrigatoriedade. Foram dois casos esporádicos, sendo 1 por tradição regional, e o outro como um voto particular feito com Deus.
No próximo texto veremos quando o dízimo passou a ser obrigatório para o povo de Israel, como ele era e para que era utilizado!

Anderson L. Santos Costa

A culpa é de quem?


Nos últimos dias tenho escutado, com certa freqüência, frases do tipo: “foi feito obra de macumbaria na vida dele”, “o inimigo o fez cair”, “você está mexendo com o inferno e o diabo se levantou contra ele por que você não está na igreja”...

Oh Deus, como tem sido provado meu domínio próprio para não dar respostas carnais, pra não dizer chulas, para as pessoas que me importunam com esses jargões manjados dos “soldados” da batalha espiritual.

Tudo isso tem ocorrido pelo fato de uma pessoa que estou ajudando a algum tempo. Se trata de um ex-dependente químico, que após 7 meses longe das drogas teve uma recaída. De pronto foi “revelado” a ele que ele caiu por obra de macumbaria, enquanto outros disseram que foi o próprio coisa ruim que fez com que ele viesse a usar drogas novamente. Porém nenhuma declaração tem mais importância para mim do que a dele mesmo: “Eu fui fraco, troquei Deus pela droga com muita facilidade. Deus estava comigo mas eu quis fazer as coisas do meu jeito, e por isso caí!”

Esse é um tipo de declaração que não ouvimos da boca dos soldados cristãos, que vivem em pé de guerra com o diabo, buscando em Deus mais um general de guerra, do que um Pai misericordioso. Para os que defendem a teologia da “Batalha Espiritual” foi o diabo quem fez meu amigo cair, e mesmo que ele tenha pecado o pecado nasceu no diabo, afinal “o diabo veio para matar roubar e destruir”, dizem os batalhadores!

Por coincidência esta semana mesmo eu vi a tirinha abaixo, que, pra mim, possui uma riqueza de verdade que nem mesmo os maiores pregadores da atualidade têm transmitido a suas “ovelhas”.

Constantemente as pessoas têm procurado alguém para culpar. O relato bíblico do Édem mostra como isso é algo que acompanha o homem desde os primórdios. Na história do primeiro pecado cometido pelos seres humano, Adão culpou Eva que culpou a serpente que não tendo a quem culpar terminou como a maior culpada do pecado, segundo a maioria dos cristãos tem interpretado. É importante notar nesse relato que encontramos em Gn 3, que Deus culpou a cada um dos 3 personagens envolvidos por seus próprios erros. Adão não foi aliviado pelo erro de Eva que não foi aliviada pelo erro da serpente. E o mais incrível é que, de certa forma, Adão tenta jogar a culpa para Deus, quando diz “Senhor a mulher que me deste como companheira, ela me deste do fruto e eu comi”. É como se ele dissesse: “essa mulher ai que o Senhor me deu que me fez pecar, então a culpa é sua Deus!”...srssrsr
Essa idéia transmite exatamente a idéia que a tirinha transmite. A forma como o ser humano é incapaz de assumir suas próprias falhas!

No AT vemos que tudo que ocorria, tanto de bom quanto de mal, era atribuído a Deus. O Deus, segundo a revelação judaica, era criador tanto da paz quanto da guerra, tanto do bem quanto do mal. Como vimos no estudo “O ladrão veio para matar roubar e destruir. E o Diabo?”, após a influência religiosa dos persas a idéia de um ser pessoal e mal fez com que os Israelitas encontrassem um novo culpado. Agora Deus fazia o mal através de um ser mal. O opositor de Israel: “Satan”

No NT com uma maior ênfase na figura de Satanás vemos por diversas vezes seus autores atribuindo a Satanás um caráter de quem tenta o homem, tentando seduzi-lo para dessa forma ser capaz de acusá-lo perante Deus. Porém em meio a todo contexto mítico no qual se desenvolvem os relatos e as exortações do NT, me arrisco a ser contraditório com o que já postei por aqui. Encontramos uma declaração na carta de Tiago que parece ser a essências dos ensinamentos de Jesus, sobre o homem e o pecado:

“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tiago 1:13-15

Segundo Tiago, o pecado nasce inicialmente no próprio homem. Claramente entendemos que é do próprio homem que flui a tentação para pecar e que cedendo a essa tentação o homem se faz pecador. A partir desse momento, sem dúvida, se o diabo tem a oportunidade de acusar, ele o faz! Podemos entender até com mais clareza o que diz Tiago quando nos lembramos das palavras de Jesus aos fariseus, em um contexto que se discutia sobre a necessidade de se lavar as mãos antes de comer, que era uma das prescrições da lei, oral, judaica:

“Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mateus 15:19

No pensamento Judeu, quando se fala em coração a alusão é a mente, ou seja, onde se alojam os pensamentos humanos. Dessa forma, entendemos que tanto Jesus quanto Tiago, ensinam que é do próprio homem que provém a natureza má e carnal, sendo próprio do homem pecar, mesmo sem a interferência de um opositor maléfico. Quem lê Romanos 7, de forma alguma pode querer transferir a culpa por seus pecados para o Diabo e muito menos para Deus. Antes reconhece como possui uma natureza que luta contra os bons princípios.

O pecado que nasce em nós apenas facilita o papel do acusador, permitindo a ele ter algo contra nós. Dessa forma já passou da hora de abandonar estas idéias medievais e esse desejo desenfreado por viver uma vida no mundo espiritual, e nos concentrarmos mais em nossas vidas, para vivermos como verdadeiros filhos de Deus. O mundo precisa de mais homens como Davi, que perante seu pecado reconheçam: “Contra ti pequei Senhor, contra ti somente”...

Deixem Deus ser Deus, e o diabo ser o diabo. Como diria Jeremias:

“De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lamentações 3:39

E enquanto isso, meu amigo está se recuperando. Ele já constatou quais foram seus erros, e juntos temos pedido para que Deus o ajude a consertar o que foi feito de errado.

Anderson L. Santos Costa

Você tem fé? Pois eu tenho dúvidas!

Outro dia estava lendo um texto do Prof. Dr. Osvaldo Luiz Ribeiro intitulado “Eu creio na dúvida” e diria que eu concordei com ele em numero e grau. O Dr. Osvaldo faz um exercício que nos leva a repensar por que o princípio da teologia é a fé, sendo que se a teologia se trata de uma reflexão humana sobre Deus ela deveria começar pela dúvida tendo a fé como o fim da mesma. Cito um trecho do texto do Prof. para que sua idéia seja mais clara:

“Ora, se Teologia é mesmo reflexão humana – e o é, toda ela – por que devem os seus amantes começarem pelo fim? Não seria mais aconselhável começarmos pelo começo? E o começo não seria, então, justamente pressupor, sim, que o final pode estar equivocado? Então lá vai o teólogo às línguas originais, para ver se as traduções se salvam, se os comentários têm jeito, essas coisas; depois, à História da Teologia, para ver as mãos e os pés que por ali estiveram, os compromissos que assumiram, os pressupostos que esconderam, o que viram, o que não viram, não quiseram ver. Lá vai ainda o teólogo às ferramentas de leitura e de pesquisa, de reflexão e de juízo, um mundo de competências, difíceis todas, impossíveis, agora, para uma vida, mesmo com Internet, e por isso mesmo...”

Lendo esse texto eu me lembrei da “fase” que tenho passado no último ano, e de como tudo que ele escreveu é uma verdade para mim. Lembro-me que, há muito, tenho tentado compreender as palavras de João:

“Conhecereis a verdade e ela vos libertará”

Mas que verdade? O evangelista João dizia que Jesus era a verdade. Inclusive, ele se utilizou do termo grego "logos", muito utilizado por Heráclito e outros filósofos do século IV a.c como a expressão do conhecimento superior e determinante do mundo, para se referir a Jesus, o logos de Deus. Mas quem conhece realmente o tal Jesus? É feito tanta teologia sobre o simples homem de Nazaré, que é cada vez mais difícil ter certeza de quem ele realmente foi, e de quais eram suas intenções para seus seguidores e a comunidade que desejou iniciar. Este tem sido o meu princípio de dores...na verdade, o princípio das dúvidas...

Quem foi Jesus? O que ele realmente ensinou? O que ele realmente sonhou para o mundo?

Estas foram às questões que me levaram ao “estado” em que estou hoje. Eu tinha as respostas para essas perguntas na ponta da língua, mas nenhuma delas me satisfazia. Nunca fui de aceitar com facilidade as ideias que já vinham prontas e empacotadas, apenas a espera de que eu as "engolisse".Talvez essa seja uma característica que herdei de minha infância, já que sendo criado sem a companhia de um irmão, e por pais sem muita instrução com relação aos estudos, sempre tive recursos limitados para fazer o dever de casa, aprendendo desde cedo, a ser 'autodidata'. A conseqüência disso foi que quando decidi fazer parte de uma denominação cristã, não me senti a vontade para apenas ouvir o que me diziam, mas eu desejei também beber da mesma fonte que os lideres bebiam. Assim, passei a ler muita coisa, de comentários bíblicos a livros de mitologia grega. Não sei até que ponto isso foi proveitoso para mim, mas o que tenho certeza é que a fé, ou as duvidas que tenho hoje devem-se a isso.

Desde então, quanto mais leio e estudo maiores as respostas prontas e maiores ainda as dúvidas por eu não aceitar tais respostas. Tal como Ricardo Gondim, também acho uma grande insinceridade da parte de muitos cristãos afirmarem que não possuem dúvidas sobre Deus, ou sobre o próprio cristianismo, mas que antes crêem em tudo sem titubear. A dúvida é motivo de grande temor entre os defensores da teologia reformada que proclamam a salvação através da fé. Afinal, pensam eles, segundo a teologia paulina, como podem ser salvos aqueles que têm dúvidas sobre sua fé?

Mas me pergunto como é possível que tais pessoas sejam tão crédulas quando temos o relato de que até mesmo João Batista, aquele que vendo Jesus anunciou sem medo que aquele era “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, um tempo depois, na prisão, teve dúvidas e enviou seus seguidores para perguntarem ao mestre:

“És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” Lucas 7:20b

Penso que minhas dúvidas não são motivo de temor. O fato de não ter todas as respostas sobre Deus, ou melhor, de não ter praticamente nenhuma resposta, não significa que eu esteja me afastando dEle. Antes, as dúvidas apenas aumentam meu desejo de conhecer o Altíssimo, e demonstram como sou limitado perante tamanho mistério que é o conhecimento do divino. Contestar as doutrinas da trindade, da inspiração bíblica, da salvação pela fé, dos sacramentos e muitas outras, pode ser considerado como o princípio de pensamentos hereges, mas quem garante que a teologia que já temos não é fruto de heresias primitivas? Afinal, não consigo deixar de fazer um paralelo paradoxal. Como pode o mundo estar caminhando de mal a pior ao mesmo tempo em que supostamente o “conhecimento de Deus” tem aumentado, já que tem aumentado o número de cristãos? Será mesmo que o cristianismo detém restritamente a conhecimento de Deus? Será que o cristianismo tem vivido de acordo com o que prega?

É essa a forma que tenho pensado ultimamente, e são esses os pensamentos que estão me levando pela estrada da revisão teológica do cristianismo. Arrisco-me a ser mais um dos chamados “hereges”, por contestar a “sã doutrina da graça”, mas isso não me importa, pois sei que muitos compartilham desses pensamentos comigo, apenas não estão prontos para encarar as conseqüências que os mesmo possam trazer.

Quem lê o que escrevo já percebeu que desde o primeiro texto desse blog, tenho tentado rever doutrinas aceitas dogmaticamente á séculos, de forma que a maior parte dos cristãos não conheciam outra visão sobre os assuntos tratados, a não ser a forma que já fora ensinada antes. De agora em diante as questões se aprofundaram, pois navegarei por águas que poucos tem se arriscado a navegar abertamente, pelo temor das represálias cristãs. Como deixei claro desde o começo, a intenção de fazer theóslogia não é a de atacar ninguém, e sim de rever pensamentos que talvez estejam errados, de forma que nosso objetivo seja sempre uma aproximação de Deus, procurando saber quem Ele é, e como tem se revelado ao homem. Creio que para isso a dúvida se faz imprescindível, pois uma fé cega e temerosa de se desviar de um caminho que nem conhece, não pode ser tão sincera quanto proclama a dogmática!

Reconhecendo a grande dificuldade do caminho que trilharei faço uma paráfrase de Shakespeare:

“há mais mistérios entre Deus e os homens, do que sonha nossa vã teologia”.

Anderson L. Santos Costa

Teologia de um deus sádico!

Lendo o texto que transcrevo abaixo, me dei conta que por muito tempo tenho crido em um deus sádico, e que talvez esse seja o momento de rever mais um conceito teológico.

Espiritualidade masoquista, teologia sádica.
Ricardo Gondim.


Para Simone Weil quando o sofrimento atinge níveis próximos do desespero, ele se chama de “infortúnio". Para ela, o infortúnio acontece quando a dor chega, ao mesmo tempo, em três dimensões essenciais da vida: a física, a psicológica e a social.

As dores isoladas não deixam vestígios. A dor física provocada por um dente infeccionado, por exemplo, desaparece, instantaneamente, quando o dente é extraído.

A teóloga alemã, Dorothee Sölle, afirma que nem mesmo a dor puramente psíquica alcança a dimensão do infortúnio, já que “o espírito, que por natureza foge do infortúnio com a mesma imediatidade e o mesmo ímpeto irresistível com que um animal foge da morte, sempre dispõe de suficientes meios de derivação”.

Existem pessoas que sofrem o infortúnio porque estão feridas, simultaneamente, no plano físico, mental e social; estão abatidas porque, junto com a dor corporal, esvai-se também a auto-estima e junto com a baixa estima brotam sentimentos (reais ou imaginários, não importa) de “descenso social”, que solapam a esperança.

O que os religiosos chamam de inferno é o mesmo que a filosofia de Simone Weil considera como infortúnio: a soma do medo de ser proscrito da comunidade, mais o horror de ver-se como um estrangeiro em sua própria cidade, mais as seqüelas da dor física, mais a culpa sem conserto, mais a impotência diante dos processos gigantescos de opressão.

A principal característica do infortúnio é a escravidão, “o desenraizamento da vida, algo que, numa forma mais ou menos atenuada, é equiparável à morte, algo presente na alma de forma inelutável à guisa de agressão ou ameaça direta da dor corporal”.

Uma mulher espancada pelo marido e que convive num ambiente religioso e social que não permite o divórcio, sofre para além da dor; ela está escravizada ao “infortúnio”; vive um inferno. O mesmo inferno do índio tuberculoso quando tosse sangue e é segregado do restante da tribo; ou do iraquiano que depois de enterrar o filho, precisa voltar para os escombros de seu lar; ou do camponês que trabalha na lavoura da cana até a fadiga mortal.

Muito do que já se escreveu como teologia, não passa do esforço monumental de responder ou lidar com o infortúnio. Para Dorothee Sölle, as várias tentativas de responder aos horrores do sofrimento acabaram produzindo, simultaneamente, “masoquismo religioso” e “teologia sádica”.

“Masoquismo religioso” deve ser compreendido como resultado do esforço da teologia de oferecer argumentos que auxiliariam as pessoas em seus infortúnios. E um desses argumentos vem como uma chamada para que se encare a dor como uma pedagogia.

No masoquismo religioso as pessoas são ensinadas a conviverem com um Deus que abate, faz sofrer, permite agonias atrozes, mas, sempre para ensinar alguma coisa. Deus investe no crescimento dos seres humanos e um de seus métodos é fazer padecer.

Então, o objetivo de uma verdadeira espiritualidade seria a aceitação ou resignação aos planos (nem sempre revelados) de Deus para a vida. Sölle menciona em seu livro, “Sofrimento” (Editora Vozes), os argumentos de um pequeno dicionário teológico sobre a responsabilidade do homem [e da mulher] diante do sofrimento:

“Aceitar sem restrições a situação que se abate sobre ele, acolhe-la e integrá-la criativamente e transforma-la (ativo enquanto sofre e sofrendo ativamente) num momento de sua realização própria (o que ver a ser o o posto de um passivo deixar-acontecer), de modo que nele se decida por Deus... Nesse sentido o sofrimento se configura como ‘querido por Deus"’.


Para Sölle, o masoquismo religioso ensina que “o sofrimento está aí para que seja quebrado o nosso orgulho, evidenciada a nossa dependência". Assim entendido, o sofrimento teria como efeito reconduzir-nos a um Deus cuja excelsitude se manifesta na medida de nossa pequenez”.

Infelizmente tal masoquismo se tornou prevalecente na cristandade ocidental; seu propósito aparentemente nobre é convencer as pessoas de que os infortúnios incontornáveis da existência fazem parte de um plano maior, são elos ou engrenagens de um sistema que visa nosso bem eterno. “Assim sendo todo sofrimento é considerado uma provação por Deus enviada, a que devemos submeter-nos”.

Quem aprender a submeter-se passivamente diante das adversidades mais implacáveis, consegue, dentro dessa maneira de pensar, maior consagração. Como o sofrimento significa também punição, as tribulação devem ser compreendidas como castigo divino, conseqüência de pecados antigos, inclusive, do pecado original, cometido por Adão e Eva.

Tal masoquismo tenta, portanto, responder aos infortúnios quando insiste que Deus faz adoecer porque ama, e que mata quando precisa cumprir qualquer propósito. Nesse pressuposto foi possível afirmar que Deus chegou a criar homens [e mulheres] maus para usá-los em “trabalhos sujos” - citam-se o endurecimento do coração de Faraó e a doutrina da dupla predestinação, uns criados para o céu e outros para o fogo eterno.

Essa noção leva a outro extremo: o sadismo teológico. Diante das ambigüidades humanas, diante do recrudescimento constante do mal, não é difícil ensinar as pessoas a se submeterem a uma suposta “pedagogia divina”. Ora, o mal não desaparece, não dá tréguas. O caminho aparentemente mais fácil para lidar com as dores universais seria, então, aprender a confiar que, de alguma maneira, tanta dor sirva para algum propósito – mesmo desconhecido.

Mas para substanciar esse aprendizado torna-se necessário erigir uma concepção de Deus como “agente causal do sofrimento”:

“O Deus propiciador e agente causal do sofrimento converte-se em tema transfigurado da teologia, a qual incapaz de um ardor próprio, dirige o olhar para o Deus atormentador e exigente do impossível. Mal se pode duvidar de que a Reforma tenha reforçado os acentos sádicos da teologia. A experiência existencial assim como fora configurada na mística de um Deus que se posiciona ao lado dos sofredores é substituída por uma sistemática teologia relacionada com o juízo final” .


Por isso, quando confrontado com situação paradoxais como a prosperidade dos ímpios e os infortúnios dos fiéis, Calvino ofereceu uma resposta dramática: "O Senhor engorda os porcos para o abate”; referindo-se obviamente ao juízo final".

Sölle considera que na concepção calvinista do sofrimento há um esforço para preservar a sagrada majestade de Deus às custas da desvalorização da humanidade, sempre retratada de forma monstruosa. Acontece que existe uma incoerência interna no argumento. Se Deus criou todas as coisas e as predestinou para que fossem da maneira que são, ele não poderia se irar contra a perversidade, pois ela fez parte de seu planejamento eterno.

Mas para defender essa percepção, epidemias, guerras e outras angústias são aceitas como castigos que vingam a glória divina, punem os pecados e "educam" os salvos. O sofrimento é, assim, um castigo de Deus que tem propósito. Calvino afirmou: ‘Os povos que vens castigar; os homens foram golpeados por tuas varas através da doença, da prisão e da pobreza, devem ter pecado.

Uma das tarefas da teologia, entretanto, deveria ser a de esvaziar precisamente tais concepções. Deus não justifica a miséria e a injustiça que condena bilhões à degradação sub-humana; os imperialismos e colonialismos alienantes não fizeram parte do projeto criador de Deus e não são dentes das engrenagens escatológicas.

A dor humana é um acinte ao seu propósito de que todos "tenham vida com abundância"; a injustiça será sempre um horror que move Deus a conclamar os profetas a mostrarem sua indignação; as chacinas e os holocaustos são excrescências provocadas pela maldade dos corações humanos e Deus jamais planejou que fossem assim. “Há dores que ultrapassam infinitamente toda forma de culpa. É demasia para todos”.

É mister que se recupere o legado místico da espiritualidade cristã, que não prioriza um teísmo vingador e não aceita o “deus da pedagogia escondida”. Nas tradições espirituais cristãs místicas. Deus é compassivo com o sofrimento e com as contingências, muitas vezes, dolorosas e perversas da história. O clamor dos injustiçados, o sofrimento dos escravizados e as angústias dos marginalizados sobem até os seus ouvidos e provocam sua ira. O sofrimento do mundo magoa o seu coração.

Se houve alguma necessidade de sacrifício para que a maldade não passasse impune, Deus infligiu a si mesmo – “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele”. Se o derramamento de sangue era imprescindível para que se satisfizesse a justiça, "o Senhor, tal como uma ovelha que segue para o matadouro", entregou-se pelo mundo.

Deus não é sádico. Ninguém precisa aprender a lidar com os infortúnios com masoquismo. Há esperança!

Soli Deo Gloria.

O Deus, Super-Humano!

Cansado das teologias protestante, católica e pentecostal, que não diferem em quase nada uma da outra?
Cansado de escutar sempre os mesmos sermões sobre a trindade?
Cansado da chatisse da teologia sistemática?

Não temas! A teologia mórmom está aqui para salvá-lo! Assista o video abaixo, eleve sua imaginação ao infindavel da mente humana, e veja como a marvel não é a melhor em histórias de super heróis!



Mas lembremos...essa é a forma como crêem os mórmons, e por isso deve ser respeitada! Não creio no que diz o video, porém respeito os que assim pensam e crêem!

O ladrão veio para matar roubar e destruir. E o Diabo? (5ª Parte)

Após 4 postagens analisando a figura de Satanás, tenho tentado corrigir muitos pensamentos, talvez errados, que se criou acerca do mesmo, ao longo de séculos de teologia. Confesso não estar sendo fácil, pois tenho um lado extremamente tendencioso a interpretar a bíblia de forma liberal, e como são poucos os que conseguem compreender tanto a fé, quanto as interpretações liberais, tenho feito o possível para que minhas idéias não contaminem a interpretação dos textos, de forma que a mesma venha a se tornar incompreensível ou contraditória.

Na última postagem apresentei o início de uma idéia, na qual Satanás nunca sofreu nenhum tipo de queda. Ao invés disso, o nosso adversário sempre foi quem e como é. Conforme a pergunta que deixei na ultima postagem, foi Deus quem iniciou com Satanás o dialogo sobre Jó, de forma que podemos entender que Satanás estava apenas cumprindo seu papel perante as declarações do Altíssimo.

Partilho com o judaísmo o pensamento de que Satanás é extremamente submisso a Deus, e isso podemos comprovar pela forma que o mesmo aparece nos textos da antiga aliança.

No AT temos então:

Jó 1:6-12 - Satanás pedindo que Deus toque na vida de Jó e o prove.
Jó 2:1-7 - Satanás pedindo que Deus toque “na carne” de Jó e que o fira com chagas malignas.
I Samuel 18:10 - Um espírito maligno “da parte de Deus” se apossou de Saul e o perturbava.
II Samuel 24:1 - Deus “incita” Davi a levantar o censo.
I Crônicas 21:1 - Satanás é quem “incita” David a levantar o mesmo censo de II Samuel 24:1.

I Reis 22:20-22 – Um espírito pede permissão a Deus, para ser um espírito de engano e induzir o rei acabe, o que era justamente o desejo do Senhor.

Talvez, pelo fato de Satanás ocupar um espaço muito maior no NT do que no AT, tenhamos em mente que o mesmo seja um espírito que se encontra em rebeldia contra Deus, porém no novo testamento também encontramos fortes indícios de que Satanás continua sujeito ao Senhor.

Podemos encontrar essa idéia nos seguintes textos do NT:

Mateus 4:1-11 / Lucas 4:2-13 – Jesus é conduzido pelo Espírito Santo, ao deserto, para ser tentado por Satanás. Ou seja, Satanás estava cumprindo seu papel de tentar o filho de Deus, pois o mesmo precisava passar pelas mesmas tentações que todo homem.

Marcos 5:6 – A legião de demônios presente no homem gadareno se prostrou perante Jesus, em sinal de reverência, apelando para o Altíssimo, que não fossem atormentados por Jesus. Somente um espírito submisso a Deus poderia suplicar ajuda pelo nome do mesmo. No texto paralelo em Mateus 8:28, os demônios perguntam por que estão sendo atormentados antes do tempo. O que nos da a idéia de os mesmos sabiam que estavam cumprindo um papel temporário.

II Coríntios 12:7-9 – O “espinho na carne” de Paulo, é um mensageiro de Satanás, mensageiro esse o qual o Senhor não quis retirar, pois como o próprio Paulo declara, foi lhe dado um espírito na carne, para que o mesmo não se exaltasse. Vemos então que Satanás através desse espinho(seja lá o que isso signifique), está cumprindo um desejo do Senhor, de impedir que Paulo se exalte.

Judas 1:9 – Judas faz alusão ao texto judaico do início do século I intitulado “Testamento de Moisés”. Vemos nitidamente no texto como Satanás está sujeito a autoridade de Deus, de forma que o arcanjo Miguel o repreende somente pelo nome do Altíssimo, ainda assim sem proferir qualquer tipo de injúria contra Satanás.


Não deixo de considerar os textos que falam que o inferno está preparado para o diabo, e que o mesmo virá a ser extinto. Mas como compreendo, sendo Satanás uma espécie de personificação do mal, não vejo dificuldade em Deus o extinguindo, quando chegar o tempo determinado para o fim da maldade e do pecado.

Há ainda outros textos que apóiam essa idéia, em contraste com outros que sugerem uma batalha no céu, como é o caso de Apocalipse 12 e Efésios 6:12-18. Não deixarei de lembrar a dificuldade de interpretação do livro de Apocalipse, devido a sua linguagem simbólica e alegórica. Portanto, o máximo que o mesmo dá com certeza é que o poder de Satanás foi enfraquecido, devido ao ministério de Jesus. Dessa forma o mesmo jaó não tem mais a mesma liberdade que teve no passado, de nos acusar perante o Senhor. Afinal, como bem disse Paulo em sua carta aos romanos “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.”

Com relação a Efésios 6:12-18, é notório que quem está guerreando com os tais espíritos, principados e potestades somos nós, de forma que temos, da mesma forma, a idéia de que Satanás está em oposição ao homem, e não a Deus.

Por que Satanás está em oposição ao homem, e sobre subordinação a Deus? Eis uma das questões que eu gostaria de responder, mas Deus não nos revelou a mesma, então não serei eu que desvendarei o que Deus manteve encoberto.

Seja qual for o motivo, o que podemos tirar como lição prática para nossas vidas é existe um ser, que está subordinado a Deus e que se apresenta em nossas vidas como Acusador, Adversário e Inimigo, mas que de forma alguma pode ser o centro de nossas atenções e muito menos pode se tornar nossa “muleta espiritual”, sendo o responsável por tudo que ocorre de adverso em nossas vidas. Sabendo quem Satanás é, e que o mesmo está subordinado a Deus, devemos procurar ainda mais uma vida de retidão, de forma que quando estivermos sendo confrontados pelo diabo, possamos saber que Deus está no controle e que há algum propósito para tal situação.

Anderson L. Santos Costa

A singularidade da vida de Cristo, e a conduta do homem


Estou lendo um livro que fala sobre a disputa histórica sobre a divindade/humanidade de Jesus, entre arianos e atanásianos, e resolvi fazer uma reflexão sobre duas ideias que li nesse livro:

“Se a vida de Jesus e seu caráter supostamente serviriam como modelo de comportamento para os cristãos comuns, a principal missão do clero deveria ser a de ajudar as pessoas a se transformarem, e não a de manter a unidade teológica e política do império”

“Seria a tarefa primordial do clérigo ajudar seus membros a se aperfeiçoarem, ou apenas administrar os ritos sagrados e manter a ordem, como fazia o sacerdócio pagão?”

Estas são frases proferidas pelo partido Ariano, que acreditava que Jesus era o filho de Deus, criado do nada, tendo sido a primeira criação de Deus, mas não sendo o próprio Deus. Não entrarei no mérito desta questão, pois a proposta no momento não é a de estudar a humanidade/divindade de Jesus, e sim a de repensar quais as implicações dos ensinos e da vida de Jesus para nós.

Dei um boa filosofada sobre essas frases, e comecei a me perguntar, até que ponto esse pensamento é relevante na minha vida, tendo em vista a minha forma de viver que é norteada pelo que tenho como verdade, ou seja, a minha fé.

Eu costumo torcer o nariz para o entendimento espiritualizado que o cristianismo dá para tudo. Muitos não consideram o caráter, a ética e a moral como atitudes prescindíveis e que devem fazer parte da vida de todo ser humano, e não somente dos que se dizem religiosos. Concordo com o que diz Paulo de Tarso nos versos 14 e 15 do segundo capítulo de sua carta aos Romanos. Penso que independente de Cristo, Buda Ghandi, Moisés, Confúcio ou qualquer outro líder espiritual de sua respectiva religião, e das leis a padrões que são dados por tais religiões, cada ser humano possui em seu coração (entendido nesse caso como sua mente), uma lei de padrões e princípios morais comuns, que regem sua vida, lhe defendendo ou lhe condenando, perante o que é tido como certo e como errado.

O Cristianismo, de uma forma um tanto quanto subjetiva, crê que a “santificação” é operada pelo Espírito Santo, em junção com a colaboração humana, exercendo fé no sacrifício de Cristo. Não discordo 100% dessa idéia, porém vejo que um exagero quanto ao “fator espiritual” tem sido imputado como realidade na mesma. Questões básicas de caráter como a honestidade, companheirismo, profissionalismo relacionamentos pessoais, negócios e outras questões da vida secular tem sido reputadas como ‘áreas’ da nossa vida, nas quais o Espírito Santo é quem nos convencerá de qualquer pecado que venhamos a cometer, mudando nossas atitudes e nos conduzindo assim a levarmos uma vida mais santa e justa.

Esse é um pensamento que me causa muito incomodo, pois me traz a mente a idéia de que na era pré-cristã, a qual o Espírito Santo não se fazia presente na vida de cada crente em Deus, era impossível que as pessoas praticassem o que é justo, e tivessem uma conduta exemplar. É como se o ser humano, devido ao chamado pecado original, fosse incapaz de viver ética e moralmente de forma correta, dentro do possível. ‘Não há um justo se quer’, se refere à posição pecadora do homem perante Deus, que não importa o quanto pratique o que é correto, ainda assim continua a pecar e estar impuro perante Deus. O fato de não se ter justos não tira do homem a responsabilidade de praticar a jusiça. Isso posso extrair de incentivos como os de Paulo:
"Sede meus imitadores, como também eu de Cristo." 1Co 11:1

O próprio Jesus faz um claro discurso sobre a necessidade de se buscar uma vida justa, e digna, praticando o que se tem como boas obras, que é encontrado no evangelho segundo Mateus dos capítulos de 5 a 7. Pobres de espírito, que choram, mansos, que têm fome e sede de justiça, misericordiosos, limpos de coração, pacificadores, perseguidos por causa da justiça, esses são os que Jesus diz serem herdeiros do reino dos céus.E tudo isso, antes mesmo de prometer qualquer tipo de ajudador, como o Espírito. E mesmo quando promete o Espírito como ajudador, Jesus deixa claro que o mesmo os lembraria do que ele já lhes havia falado.

Dessa forma, entendo que a conduta correta do ser humano não é questão de uma influência mística, como se o próprio Deus é quem tenha o dever de operar uma mudança em nós, sendo antes esse um dever moral do homem. O homem que busca um relacionamento com Deus, é quem deve procurara reverter suas falhas. Se o cristão tem Jesus como seu alvo, deve procurar proceder da mesma forma justa que o mesmo procedeu, para se assemelhar a ele, realmente sendo seu imitador. Afinal, se o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, deve buscar, através de seu redentor, a praticar as obras que condizem com essa imagem. Mas ao invés disso o que temos é um cristianismo espiritual que além de esperar Jesus vir até ele, implorando para que o mesmo o aceite, também espera uma ação miraculosa do Espírito, de forma que deixa o homem sempre estático e a espera de um Deus que envia um Salvador, implora para que esse Salvador seja aceito por seus filhos e ainda precisa utilizar seu Espírito no aperfeiçoamento do homem, como se o homem não fosse um participante ativo dessa mudança. Só os tolos não querem servir a esse Deus. Afinal, ele faz tudo o que o homem deveria fazer!

O que devemos através de nosso relacionamento com Deus é obter ajuda do mesmo para praticar o que é correto, porém lembrando que Deus já nos deu uma enorme contribuição no sacrifício vicário realizado por seu filho. Portanto, cabe ao homem praticar a justiça e adorar a Deus, e isso através de seu filho Jesus. Afinal, se há um exemplo perfeito do que é uma vida justa, eis o homem de Nazaré.

Deixo então um pensamento que li, em um de meus devocionais:

“Não devemos impor domínio e controle sobre os outros, e sim sobre nós mesmos”.

Anderson L. Santos Costa

CURSO BREVE DE TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E BATALHA ESPIRITUAL

Vi no blog do Jasiel Botelho e assino em baixo.

1. Amém? Está fraco: AMÉM?
2. Quem quer receber bênção de Deus hoje, levante a mão.
3. Existe a lei da semeadura, e o número da conta é...
4. Meu irmão; você nasceu pra ser cabeça, não cauda!
5. Esse acidente aconteceu porque você deve ter dado brecha.
6. O Diabo quer lhe destruir.
7. Estou vendo uma obra de bruxaria em sua vida.
8. Vamos quebrar as setas inimigas.
9. Nada vai impedir que você seja um conquistador.
10.Não há nada de errado com o dinheiro; o único problema é o amor ao dinheiro. portanto dê o seu para dEUs e seja feliz
11. Nossa denominação ainda vai conquistar o mundo.
12. A partir de hoje São Paulo nunca mais será igual.
13. Nós somos um povo que não conhece derrota.
14. Venha para Jesus e pare de sofrer.
15. Você é filho do Rei e não merece estar nessa situação.
16. Temos a visão de conquistar a Europa para Cristo.
17. Essa doença não existe, ela é apenas uma ameaça do Diabo.
18. Deus está nos dirigindo para abrirmos uma igreja em Boca Raton.
19. Vamos amarrar os demônios territoriais que estão sobre o Brasil.
20. Todos os que fizerem a campanha das sete semanas alcançarão seus sonhos.
21. Compre esta Bíblia fantástica com os comentários de...
22. Estamos num mover apostólico e o avivamento brasileiro é igual ao do livro de Atos.o pior é que ouvi isso em uma igreja tradicional, não tem muito tempo
23. Teremos uma explosão de milagres na maior concentração religiosa da história.
24. Fiquemos de pé para receber o Grande Homem de Deus, com uma salva de palmas.
25. Quando vejo essa multidão de quinze mil pessoas, somente direi eu amo cada um de vocês.
26. O Reino de Deus precisa de um candidato; elegemos nosso irmão que vai fazer a diferença.
27. Deus abrirá uma porta de emprego para você, meu irmão.
28. Semana que vem teremos mais uma sessão de cura interior.
29. Enquanto não pedirmos perdão ao Paraguai, pela guerra, nunca seremos uma nação próspera.
30. Os Estados Unidos são uma bênção porque o presidente deles é crente.
31. Tudo é bijoteria, só Deus é jóia.
32. Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono.
33. Este carro ficará desgovernado em caso de arrebatamento.
34. Cuidado olhinho no que vê, cuidado mãozinha no que pega, o nosso Pai do céu está olhando pra você”!
35. Olhe para o seu irmão do lado e diga: Eu amo você! ouvi algo quase assim também em uma igreja tradicional

(Ricardo Gondim)

Fonte: http://jasielbotelho.blogspot.com/2007/12/teologia-da-batalha-espiritual.html

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel.

por Ricardo Gondim
O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno.
Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “ a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.
Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticos. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.
O que fazer? Tenho algumas idéias.
Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre Cd de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.
Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão. Não comente, nem critique, a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.
Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo.
Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:
Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.
Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.
So haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.
Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.
Soli Deo Gloria.

O ladrão veio para matar roubar e destruir. E o Diabo?(4ª parte)

Nas últimas postagens eu executei a parte mais fácil desse estudo. Duvidei e contrariei a idéia que se tem hoje, na teologia cristã, com relação a Satanás. Mas confesso, duvidar do que já está pré - estabelecido é muito fácil, me admira muito que seja irrisório o número de pessoas que o fazem. Em contra – partida tem sido grande a dificuldade, que tenho enfrentado nos últimos dias, na tentativa de apresentar uma nova interpretação acerca de Satanás, não apenas sistematizando uma gama de versículos bíblicos. Tenho analisado diversos textos que falam de Satanás explicitamente, ou que falam simplesmente de “espíritos maus”, o que é o caso de textos da antiga aliança, e tentado extrair, dos mesmos, o que eles realmente estão falando, da forma que fiz na postagem anterior, analisando o contexto dos escritos.

Ainda não será esse o final dessas postagens, pois confesso que quanto mais estudo sobre o tema, mais distante me parece a conclusão do mesmo. Por esse motivo postarei conforme concluir pequenas perguntas. Vamos então ao que interessa!

A primeira pergunta que, com certeza, todos gostaríamos de saber a resposta é sobre a origem de Satanás. Já que na última postagem apresentei uma interpretação segundo a qual Satanás não tem uma origem angelical, tendo se tornado um rebelde opositor a Deus, seria bom explicar qual sua origem. Mas esse é um tema o qual os escritores bíblicos não se importaram em relatar, ou, assim como nós, eles também não sabiam a resposta, exata, para tal dúvida. É por isso que temos a demonologia de Lúcifer. Foi no afam de responder a uma pergunta que provavelmente nem os escritores bíblicos conheciam as respostas, com clareza, que se formou tal teologia, creditando a textos que não falam de Satanás o que seria a “dramatização” de sua origem e queda.

O que podemos saber sobre Satanás é que desde o princípio ele é homicida como relata João, acerca das palavras do Senhor Jesus:

“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio(archês), e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” Jo 8:44

Temos, no texto citado acima, a ocorrência da palavra “archês” que é traduzida como “princípio”. A palavra archês, é a mesma que João utiliza no primeiro verso de sua versão do evangelho no famoso discurso sobre a origem do logos de Deus:

“No princípio(archê) era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.” Jo 1:1

Podemos verificar também o uso da palavra archês em outros textos, nos quais a mesma é utilizada se referindo à criação do mundo, ao início das dores e ao início do ministério de Jesus. Vide Mt 19:4; 24:8; Jo 15:27.

Dessa forma, podemos interpretar que desde o início de suas ações, Satanás é homicida. Quando se iniciariam essas ações? Provavelmente no Édem, quando Satanás cometeu um “homicídio” por inferência, ao mentir para Eva, fazendo com que Eva e posteriormente Adão comecem do fruto proibido, o que causou a morte(seja espiritual ou física, não vêm ao caso) do casal.

Outro ponto importante do texto em questão é que o diabo “não se firmou na verdade porque não há verdade nele”.

A palavra traduzida por ‘firmou’ é “estêken” que como pude notar em suas outras aparições no novo testamento traz a idéia de permanecer em um local, ou em uma forma, pode se referir também a uma atitude de ser fiel, firme e constante(Rm 4:14). Em João 1:26, João o Batista a utiliza para declarar que Cristo, estava entre aquelas pessoas. Já em Apocalipse 12:4, a mesma palavra é utilizada quando se diz que “o dragão parou diante da mulher”. Essa idéia ainda tem algo importante a ser considerado, pois a terminação ‘en’ indica um verbo em tempo passado. Dessa forma, o que entendo com relação ao estado do diabo, quanto a não se firmar na verdade é de que ele não estava firmado na verdade justamente por que não há verdade nele. Ou seja, ele é homicida e não se firmou na verdade desde o princípio porque foi justamente dessa forma que Deus o criou. Por mais ‘diferente’ de tudo que conhecemos a cerca das idéias sobre Satanás, o que posso extrair dessa declaração de Jesus, é que ele está falando a seus opositores que assim como o diabo não estava firmado na verdade, mas antes era homicida e mentiroso, sendo o pai da mentira, tendo a mentira como algo próprio de si mesmo, também os que se opunham a ele eram originalmente filhos do Diabo.

Essa é uma declaração que faz muito sentido quando pensamos que cada ser humano já nasce imperfeito, e dessa forma, o pecado e a imperfeição são inerentes ao homem. Não é algo que o homem se torna com o tempo, mas antes algo que o mesmo é desde o nascimento. Fica então claramente compreensível a comparação aos que não crêem em Jesus, com o diabo, alegando que os mesmo são seus filhos. Tanto os homens já nascem pecadores como também o diabo já ‘nasceu’ homicida e mentiroso. Afinal, sabemos que nos tornamos filhos de Deus, a partir do momento que reconhecemos seu filho Jesus, e entregamos nossas vidas a ele.

Se é assim, como pode Deus, sendo bom e justo, ter criado um ser homicida e mentiroso? Essa é mais uma das grandes questões que nos tiram o sono, mas que seja como for, devemos ter em mente que Deus é soberano em suas criações, e tem seus propósitos aos quais não nos cabe contestar:

“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.” Isaias 45:7

É claro que no texto de Isaias, o que Deus estava fazendo é um discurso sobre sua soberania e não, discorrendo sobre a criação de Satanás, porém por inferência, sendo Deus o criador do mal, não seria exagero que “pensássemos” em Satanás, como o agente ao qual Deus criou para segundo os propósitos de Deus, executar esse mal. Isso não torna Satanás um servo de Deus? Sim torna. Afinal, sejam bons ou maus, justos ou injustos, todos servem aos propósitos de Deus para o mundo, como podemos ter os exemplos Faraó, Nabucodonosor, Ciro e tantos outros como os povos inimigos de Israel, os quais o Senhor muitas vezes utilizou segundo sua permissão, para executarem juízos sobre os Israelitas.

Podemos ter mais apoio a esta idéia analisando a atuação de Satanás no sofrimento do justo Jó. Sem dúvida o papel que Satanás executa é o de acusador, ou caluniador, pois o mesmo direciona seu raciocínio para mostrar a Deus que Jó não é este servo bom que o Senhor imagina. Inclusive, a própria palavra grega ‘diabolos’ que se tornou um nome pessoal em sua tradução para o português, significa ‘caluniador’.

Esse não é um encerramento da discussão, pois há ainda muitos outros textos os quais estudei que dão apoio a está idéia, porém deixarei os mesmo para a próxima parte. Sabendo que Satanás não é um anjo de Luz que se rebelou contra Deus, e que há a possibilidade de que o mesmo tenha sido criado com o propósito de ser quem é, e sempre foi, veremos na próxima parte se essa idéia é encontrada em outros textos que falam de Satanás. Por hora fica algo a ser refletido: Partiu de Satanás ou de Deus a conversa sobre a integridade de Jó?

Anderson L Santos Costa

Pregando a 'Briba'

Estou escrevendo, a 4ª parte do estudo, "O ladrão veio para matar roubar e destruir. E o Diabo?", mas vi esse video, no blog Púlpito Cristão, e não poderia deixar de postá-lo.



Independente da humildade do "pregador", e sua falta de instrução, o que é notório pelos seus erros de português, o que é motivo de entristecimento de todos que apreciam o estudo, o que mais me deixou encabulado, e me deu a certeza de que essa é a pior pregação que já ouvi, são os erros cometidos pelo ilustre "pregador":

- Elias morto com Cristo ?!?
- Pedro e Tiago filhos do trovão ?!?
- Deus falando a Davi "nova criatura, eis que tudo se fez novo" ?!?
- João, Pedro e Tiago subindo ao Templo e curando o homem coxo que era o cego Bartimeu ?!?
- Ocavaleio, do Apocalipse, "azul" ?!?
- Se você não tiver amor, nada é impossível par ir pro céu! ?!?
- Jó vivia na região de Sodoma e Gomorra ?!?
- O dilúvio foi uma lágrima de Deus ?!?
- A cobra falando para Eva: "Come essa 'maçã' que essa 'maçã' não faz mal" ?!?

É muito triste uma situação como essa. Ao mesmo tempo que acho engraçado, sinto um aperto no peito.

Espero que o Senhor tenha misericórdia, tanto desse pregador, quanto de mim!

Fonte: Púlpito Cristão http://pulpitocristao.blogspot.com/2009/03/pregando-briba.html

O ladrão veio para matar roubar e destruir. E o Diabo? (3ª Parte)

Vimos na última postagem, como pensa o Dr. Severino Celestino, com relação a figura de satanás, crendo ele que o mesmo não é um personagem original dos relatos bíblicos, mas sim um ser inserido na teologia judaica após o contato com o zoroastrismo persa.
Biblicamente, penso que essa é uma interpretação inconsistente, pois a bíblia seguramente aponta satanás como um ser pessoal. Mas de certa forma, concordo com o Dr Severino com relação a influência do Zoroastrismo na figura de Satanás. A teologia cristã, como temos hoje, sem dúvida alguma assimilou muito da idéia do Ahura-Mazda’ sofrendo a oposição do ‘Angra Mainyu, ou Ahriman’, ‘o espírito mau. A crença cristã entende Satanás como um anjo rebelde, o ex-ministro de louvor do céu (risos), chamado Lúcifer, extremamente poderoso, que se rebelou contra Deus, por querer ser maior que o Altíssimo, e até hoje vive como opositor das “coisas celestiais”. Esse é um assunto praticamente, indiscutível no meio cristão, tendo um número quase irrisório de pessoas que contestam essa idéia. Então, já que é assim, que tal fazermos parte desse número irrisório?
Vamos então analisar os textos dos quais é extraída essa teologia.

Is 14:12-15
“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.”

A primeira coisa importante sobre esse texto é que é dele que o nome Lúcifer é extraído. A palavra Hebraica é ‘helel’ que significa apenas “estrela da manhã”, não tendo qualquer ligação com Satanás. Lúcifer provém do latim, significando “aquele que leva a luz”, ou “portador da luz”.
O segundo ponto de destaque é que essa expressão foi traduzida como um nome pessoal, o famoso Lúcifer, pela primeira vez por Jerônimo, em sua tradução da bíblia para o latim, a chamada Vulgata Latina. É interessante saber que São Lúcifer era o nome de uma personalidade católica com quem Jerônimo se desentendeu, o que obviamente não interfere em nada, pois Jerônimo não teria uma atitude de má fé como essa não é? rsrsrs

Agora independente dos fatos citados acima o importante, a saber, é, em que lugar desse texto está satanás? Duas perguntas cruciais são:

O contexto precedente está falando sobre quem, ou o que?
O contexto procedente está falando sobre quem, ou o que?


Respondendo a essas duas perguntas podemos então responder em que lugar do texto está Satanás. Em nenhum! Como vemos no contexto precedente, no verso 4, o texto é destinado ao rei da babilônia:

“Então proferirás este provérbio contra o rei de Babilônia, e dirás: Como já cessou o opressor, como já cessou a cidade dourada!”

E nos versos de 16-17 vemos como a seqüência lógica se mantém sobre o rei da Babilônia:

"É este o homem que fazia a terra tremer, que sacudia reinos, que fazia do mundo um deserto, derrubava suas cidades, que não permitia aos seus prisioneiros voltar para casa?"

É simplesmente uma agressão ao sentido comum do texto, inserir a figura de Satanás no mesmo, como se Isaias estivesse abruptamente interrompendo a profecia contra o rei da babilônia, para fazer uma descrição da queda de Satanás. O texto trata simplesmente da queda do rei da Babilônia, e nada, além disso. Como podemos ver, esse é mais um texto em que Satanás foi ‘inserido’ de forma incorreta, por interpretações errôneas, e, portanto mais um dos quais precisamos tirá-lo para podermos realmente compreender quem é Satanás.

Vejamos o próximo texto.

Ez. 28: 12-19
“Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais subsistirá.”

Eis, outro texto com destinatário declarado, o rei de Tiro, porém com linguagem alegórica que traz palavras como “Édem”, “querubim” e “lugares altos”, o que levou os teólogos a desenvolverem a interpretação na qual, essa é a referência ao regente de louvor do céu, que se rebelou contra Deus. Porém, esquecem de uma dificuldade clara os que assim interpretam. A referência ao Édem, entendida de forma literal pelos que vem Satanás nesse texto é contraditória com tal pensamento, pois como se esquecem, no Édem a serpente já era adversária do homem, o que não condiz com esse texto, que liga a figura do querubim, ainda perfeito, ao Édem.

Analisando o contexto, nos versos de 1 a 10 temos o príncipe de Tiro sendo apresentado como “homem, e não Deus”, sendo mais sábio que Daniel, e com isso desejando ser igual a Deus. Tendo tamanha sabedoria, proveniente de Deus, o rei de Tiro é descrito como um querubim ungido, estabelecido por Deus em seu monte santo, mas que devido a esse desejo de usurpação de Deus, que cresceu em seu coração, receberá julgamento severo da parte de Deus.

Mais uma vez, em meio a uma linguagem alegórica, e com certo tom de sarcasmo, demonstrando a loucura de homens que se imaginavam iguais a Deus, vemos que Satanás passa longe do texto, sendo que somente os que já têm uma teologia pré-determinada em suas mentes conseguem visualizar um anjo se rebelando contra o Altíssimo.

Ap. 12:7-9
“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.”

Esse é outro texto que será utilizado no afam de tentar “provar” que houve uma queda de Satanás do céu, porém sem mesmo lembrar a dificuldade de se interpretar o livro de Apocalipse devido as suas várias formas literárias presentes, uma simples lembrança de que cronologicamente a “batalha” de Apocalipse 12: 7-9 ocorre após o nascimento de Jesus, já torna o texto incongruente com a teologia da tal queda de Satanás no início dos tempos.

Lucas 10:18
“E disse-lhes [Jesus]: Eu via Satanás, como raio, cair do céu”

O contexto anterior a essa passagem nos mostram que a declaração de Jesus indica o enfraquecimento do poder de Satanás, que está sendo executado com a expansão do reino de Deus. No verso 17, parte B, vemos os discípulos voltando de sua missão, dizendo:

“... Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam”

E em resposta a tal afirmação, o Senhor Jesus, afirma que “via Satanás, como raio, cair do céu”. A idéia de queda denota a perda de poder, e é justamente a isso que Jesus está se referindo. Como prova disso, ele explica aos discípulos no versículo seguinte o porquê dos demônios se sujeitarem pelo nome do Senhor:

“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano"

Podemos ver, então, que mantendo a expressão em seu contexto, não há qualquer sentido em transferi-la para um tempo passado, ligando aos outros textos já citados, de forma a desenhar uma teologia da “queda de Lúcifer”.

Estes são os textos base, para a idéia de um anjo rebelde, que fora querubim de Deus, regente de seu coral celestial, mas que desde que desejou ser igual a Deus, e se assentar em seu trono, está em oposição ao reino celeste.
Mas, se Satanás não é um anjo que se rebelou contra Deus, quem ele é afinal?

Essa é uma pergunta que tentaremos responder na próxima postagem. O objetivo inicial dessa série de postagens era que durassem por, apenas, 3 postagens, porém senti a necessidade de apresentar certos pontos sobre o que se pensa sobre os demônios hoje, retirando Satanás de onde ele não foi pensado, a fim de que fosse mais compreensível quem o Diabo realmente é!

Na próxima postagem então concluiremos apresentando uma nova forma de pensar em quem é Satanás, e qual seu papel no plano de Deus, e em nossas vidas.

Anderson L Santos Costa

O ladrão veio para matar roubar e destruir! E o Diabo? (2ª Parte)

Na primeira parte dessa série de postagens, demonstramos como satanás é inserido em um texto do qual não faz parte, porém há ainda muitos outros textos dos quais devemos tirá-lo, para que possamos ter uma real compreensão sobre quem é satanás. Mas deixaremos isso para quando estivermos analisando qual a “função” de satanás.

Na postagem de hoje, veremos algumas idéias sobre quem é satanás.

Ao pensar na figura de Satanás, algumas perguntas nos vêm à mente:

Ele existe literalmente como um ser?
É apenas uma força maligna atuante no mundo?
É apenas a maldade contida no ser humano?


Pois bem, para começar, pensemos que Satanás é uma figura muito controvertida na Bíblia. A palavra ‘Satã’ significa acusador. Ele aparece, pela primeira vez no livro de Jó, sendo como um promotor celestial. A sua intimidade com Deus e o direito de entrar no ‘Céu’, de ir e vir livremente e dialogar com Ele, torna-o uma figura de muito destaque. Veja o livro de Jó 1:6, um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles.

Até ai tudo bem, porém lembremos que a data de quando foi escrito o livro de Jô, permanece uma incógnita, porém sendo muito aceito entre grandes estudiosos com escrito depois do Exílio Babilônico. Sabemos que o povo judeu, tendo retornado a Israel com a permissão de Ciro, rei persa, no ano de 538 a.C., assimilou muitos costumes dos persas. Isso ocorreu devido à simpatia e apoio que receberam do rei, que inclusive permitiu a construção do Segundo Templo judaico e ainda devolveu muitos de seus tesouros, que haviam sido roubados.

Após anos de contato com os persas, é impossível não perceber como a religião dos persas, o Zoroastrismo, influenciou o judaísmo.No Zoroastrismo, existe o Deus supremo ‘Ahura-Mazda’ que sofre a oposição de outra força poderosa, conhecida como ‘Angra Mainyu, ou Ahriman’, ‘o espírito mau’. Desde o começo da existência, esses dois espíritos antagônicos têm-se combatido mutuamente. O Zoroastrismo foi uma das mais antigas religiões a ensinar o triunfo final do bem sobre o mal. No fim, haverá punição para os maus, e recompensa para os bons.

Partindo desse princípio encontramos a idéia, a qual muitos teólogos modernos têm, de que foi do Zoroastrismo que os judeus aprenderam a crença em um ‘Ahriman’, um diabo pessoal, que, em hebraico, eles chamaram de ‘Satanás’. Por isso, o seu aparecimento na Bíblia só ocorre no livro de Jó e nos outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano de 538 a.C. para cá. Nestes livros, já aparece a influência do Zoroastrismo persa. Vejamos ainda que a tentação de Adão e Eva é feita pela serpente e não por Satanás, demonstrando assim, que o escritor de Gênesis não conhecia Satanás.
Os sábios judaicos interpretando Eclesiastes 10:11, afirmam (Pirkei de Rabi Eliezer 13), que na verdade, a cobra que seduziu Adão e Eva era o Anjo Samael que apareceu na terra sob forma de serpente. E que Ele é conhecido como o ‘dono da língua’. O Anjo Samael, que apareceu sob a forma de serpente, usou sua língua, e este poder pode ser usado somente para dominar o sábio, ele não pode prevalecer sobre um ignorante!
Outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao recenseamento de Israel o seguinte:

“A cólera do Senhor se inflamou novamente contra Israel e excitou David contra eles, dizendo-lhe; Vai recensear Israel e Judá..”
Agora vejamos esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de ‘Ahriman’ – ‘Satanás’. No capítulo 21:1 desse livro, está escrito:

“Recenseamento: ‘e levantou-se Satã contra Israel, e excitou David a fazer o recenseamento de Israel.”

Portanto, o que era o Senhor no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como Satanás. Dessa forma, muitos pensam que, Satanás não é um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a partir do Zoroastrismo Persa. Como dizem, passam a existir a partir daí, ‘lendas’ entre alguns judeus de que Satanás é considerado como o rei dos demônios, que se rebelara contra Deus sendo expulso do céu. Ao exilar-se do céu, levou consigo uma hoste de anjos caídos, e tornou-se seu líder. Lendas como essa podem ser encontradas no pseudo-epígrafe de Enoque, por exemplo, sendo que tanto Pedro quanto Judas, se apropriaram de idéias desses livros ao discorrer sobre a idéia dos anjos que pecaram.

Essa é a forma como pensa o, espírita, professor universitário Dr. Severino Celestino, historiador e pesquisador de textos bíblicos. Porém não apenas ele, mas muitos teólogos cristãos, em especial os liberais, pensam da mesma forma, e se fizermos uma análise sociológica como a que o Dr. Severino faz, realmente é uma hipótese que deve ser levada em conta.

Partindo de interpretações como essa, há os que sugerem a idéia de Satanás como o mal contido em cada ser humano. Admitindo o reconhecimento de Jesus a Satanás, os que assim pensam, defendem a idéia de que o diabo é apenas nosso lado mal. Eles vêm, por exemplo, em Mc 9,17-27, um homem sofredor de epilepsia e não possesso por um demônio.

Porém, apesar da base intelectual que tais afirmações possam trazer as mesmas não resistem a uma analise bíblica, que demonstra Satanás como um ser pessoal, sendo ele:

Líder dos demônios: Mc 3,22
Acusador = Zc 3,1
Pecador desde o princípio = I Jo 3,8
Pai da mentira, homicida desde o princípio = Jo 8,44
Príncipe deste mundo = Jo 12,31; 14,30; 16,11
Paulo o chama de deus deste mundo = II Cor 4,4

Dessa forma, é impossível pensarmos que um ser com tais características possa ser mera assimilação do zoroastrismo, ou uma espécie de maldade interior humana. Penso dessa forma, com base bíblica, que Satanás é sim um ser pessoal, criado por Deus o qual está delimitado por Ele, como podemos ver em Jó 1:12.

Veremos na parte 3 dessas postagens, através da bíblia, quais as funções de Satanás e para que ele veio Tentaremos concluir esclarecendo algumas interpretações no mínimo exageradas, com relação ao estado inicial de Satanás e sua suposta queda.

Mas há ainda declarações do Dr. Severino Celestino as quais eu gostaria de dar ênfase:

"Muitas pessoas acreditam no poder de Satanás e até o enaltecem em suas igrejas, razão pela qual, achamos que seriam fechadas muitas igrejas se os seus dirigentes deixassem de acreditar em Satanás".

“Mas o homem ainda não compreendendo a grandeza de Deus vem, infelizmente, perpetuando esse dualismo entre o bem e o mal, principalmente no meio das religiões cristãs tradicionais. Erro teológico, que a nosso ver é grave, pois é com esse pensamento que sustentam uma pedagogia negativa, querendo que seus fiéis façam o bem somente por medo do "tridente de satanás", ao invés, do que seria obvio e lógico, fazer o bem por amor a Deus.”

Independente das minhas diferenças, de pensamento teológico, com relação ao Dr. Severino, reconheço que estas são declarações que tem grande percentual de verdade!
Anderson L. Santos Costa

Off post!

publico dessa vez, um off post, apenas para descontrair um pouquinho...
Peguei, o video do "Discipulos de Zwinglio", ótimo blog do Alexandre Luquete, o qual recomendo a todos que querem ver postagens do mundo "gospel", com um ótimo tom de sarcasmo.
O video que segue abaixo, como o próprio Alexandre diz, são "motivos para ser Batista". Afinal, "basta assistir e pensar que só na concorrência aconteceria esse tipo de coisa."



Li nk: http://alexandreluquete.zip.net/arch2008-03-16_2008-03-22.html#2008_03-21_17_25_14-100502193-0